O Behaviorismo, embora ainda muito influente, não é o único modelo na Psicologia. Seus críticos apontam inúmeras prováveis razões para tal fato.
Uma das razões comumente apontadas é o desenvolvimento das neurociências.
Essas disciplinas jogaram nova luz sobre o funcionamento interno do
cérebro, abrindo margens para paradigmas mais modernos na Psicologia.
Por seu compromisso com a idéia de que todo comportamento pode ser
explicado sem apelar para conceitos cognitivos, o Behaviorismo leva a
uma postura por vezes desinteressada em relação às novas descobertas das
neurociências, com exceção do behaviorismo radical, Skinner enfatizou sempre a
importância da neurociência como sendo um campo complementar essencial
para o entendimento humano. Os behavioristas afirmam, porém, que as
descobertas neurológicas apenas definem os fenômenos físicos e químicos
que são parte do comportamento, pois o organismo não poderia exercer
comportamentos independentes do ambiente por causas neurológicas. Outro
aspecto que também é enfatizado por behavioristas radicais é de que
embora as neurociências possam lançar luz a alguns processos
comportamentais, ela não é prática. Por exemplo, se o objeto for
promover uma mudança comportamental em um indivíduo, a modificação das
contingências ambientais seria muito mais eficaz que uma modificação
direta no sistema nervoso da pessoa.
Outra crítica ao Behaviorismo afirma que o comportamento não depende
tanto mais dos estímulos quanto da história de aprendizagem ou da
representação do ambiente do indivíduo6
. Por exemplo, independentemente de quanto se estimule uma criança para
que informe quem quebrou um objeto, a criança pode simplesmente não
responder, por estar interessada em ocultar a identidade de quem o
fizera. Do mesmo modo, estímulos para que um indivíduo coma algum prato
exótico podem ser de pouca valia se o indivíduo não vir o prato exótico
como um estímulo em si. Esta crítica só tem validade se for aplicada ao
behaviorismo clássico de Watson, o behaviorismo radical de Skinner leva
em conta, como ilustrado pelo nível ontogenético, a história de vida do
indivíduo na predição e controle do comportamento.
Vários críticos apontam para o fato de que um comportamento não
precisa ser, necessariamente, conseqüência de um estímulo postulado. Uma
pessoa pode se comportar como se sentisse cócegas, dor ou qualquer
outra sensação mesmo se não estiver sentindo nada. Algumas propriedades
mentais, como a dor, possuem uma espécie de "qualidade intrínseca" que
não pode ser descrita em termos comportamentalistas. O problema desta
crítica é de que ela trata como se todos os behaviorismos fossem
mecanicistas [estímulo-resposta] o que não é verdade, o outro problema é
que esta crítica ignora outros fatores contextuais que reforçam os
comportamentos de, no caso, sentir cócegas. Por exemplo, uma criança
pode se comportar como se sentisse dor porque assim a professora poderia
mandá-la para casa.
Noam Chomsky
foi um crítico do Behaviorismo, e apresentou uma suposta limitação do
Comportamentalismo para modelar a linguagem, especialmente a
aprendizagem. O Behaviorismo não pode, segundo Chomsky, explicar bem
fenômenos linguísticos como a rápida apreensão da linguagem por crianças
pequenas . Chomsky afirmava que, para um indivíduo responder a uma questão com
uma frase, ele teria de escolher dentre um número virtualmente infinito
de frases qual usar, e essa habilidade não era alcançada perante o
constante reforçamento do uso de cada uma das frases. O poder de
comunicação do ser humano, segundo Chomsky, seria resultado de
ferramentas cognitivas gramaticais inatas
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