sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Críticas do Behaviorismo

O Behaviorismo, embora ainda muito influente, não é o único modelo na Psicologia. Seus críticos apontam inúmeras prováveis razões para tal fato.
Uma das razões comumente apontadas é o desenvolvimento das neurociências. Essas disciplinas jogaram nova luz sobre o funcionamento interno do cérebro, abrindo margens para paradigmas mais modernos na Psicologia. Por seu compromisso com a idéia de que todo comportamento pode ser explicado sem apelar para conceitos cognitivos, o Behaviorismo leva a uma postura por vezes desinteressada em relação às novas descobertas das neurociências, com exceção do behaviorismo radical, Skinner enfatizou sempre a importância da neurociência como sendo um campo complementar essencial para o entendimento humano. Os behavioristas afirmam, porém, que as descobertas neurológicas apenas definem os fenômenos físicos e químicos que são parte do comportamento, pois o organismo não poderia exercer comportamentos independentes do ambiente por causas neurológicas. Outro aspecto que também é enfatizado por behavioristas radicais é de que embora as neurociências possam lançar luz a alguns processos comportamentais, ela não é prática. Por exemplo, se o objeto for promover uma mudança comportamental em um indivíduo, a modificação das contingências ambientais seria muito mais eficaz que uma modificação direta no sistema nervoso da pessoa.
Outra crítica ao Behaviorismo afirma que o comportamento não depende tanto mais dos estímulos quanto da história de aprendizagem ou da representação do ambiente do indivíduo6 . Por exemplo, independentemente de quanto se estimule uma criança para que informe quem quebrou um objeto, a criança pode simplesmente não responder, por estar interessada em ocultar a identidade de quem o fizera. Do mesmo modo, estímulos para que um indivíduo coma algum prato exótico podem ser de pouca valia se o indivíduo não vir o prato exótico como um estímulo em si. Esta crítica só tem validade se for aplicada ao behaviorismo clássico de Watson, o behaviorismo radical de Skinner leva em conta, como ilustrado pelo nível ontogenético, a história de vida do indivíduo na predição e controle do comportamento.
Vários críticos apontam para o fato de que um comportamento não precisa ser, necessariamente, conseqüência de um estímulo postulado. Uma pessoa pode se comportar como se sentisse cócegas, dor ou qualquer outra sensação mesmo se não estiver sentindo nada. Algumas propriedades mentais, como a dor, possuem uma espécie de "qualidade intrínseca" que não pode ser descrita em termos comportamentalistas. O problema desta crítica é de que ela trata como se todos os behaviorismos fossem mecanicistas [estímulo-resposta] o que não é verdade, o outro problema é que esta crítica ignora outros fatores contextuais que reforçam os comportamentos de, no caso, sentir cócegas. Por exemplo, uma criança pode se comportar como se sentisse dor porque assim a professora poderia mandá-la para casa.
Noam Chomsky foi um crítico do Behaviorismo, e apresentou uma suposta limitação do Comportamentalismo para modelar a linguagem, especialmente a aprendizagem. O Behaviorismo não pode, segundo Chomsky, explicar bem fenômenos linguísticos como a rápida apreensão da linguagem por crianças pequenas . Chomsky afirmava que, para um indivíduo responder a uma questão com uma frase, ele teria de escolher dentre um número virtualmente infinito de frases qual usar, e essa habilidade não era alcançada perante o constante reforçamento do uso de cada uma das frases. O poder de comunicação do ser humano, segundo Chomsky, seria resultado de ferramentas cognitivas gramaticais inatas

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